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Jimmy P: "os artistas têm sido uma peça fundamental nos bastidores do combate a esta pandemia"



Ultimamente, as indústrias culturais e criativas, em especial a classe artística, têm sido assoladas por questões que, embora não sejam frequentemente debatidas, são extremamente importantes e deveriam estar na ordem do dia. Nomeadamente, questões associadas à organização de uma indústria que reúne milhares de pessoas que contribuem para o entretenimento, criatividade e acesso a conteúdos culturais a milhões de pessoas. Ao mesmo tempo, contribuindo para a formação cultural do país.
São questões que geram algum desconforto pois ganham vida em momentos de crise como aquele que vivemos atualmente mas, por outro lado, obrigam-nos a pensar, a avaliar, a reestruturar e a definir aquilo que é realmente importante para nós, enquanto artistas, mas também enquanto responsáveis por uma estrutura de profissionais de excelência que a nós estão associados. Para mim, enquanto artistas, criativo e gestor de uma empresa, cada uma dessas pessoas tem uma importância extrema.
O meu lema de vida é "Family First" [A família vem em primeiro lugar] e a família de profissionais que reúno à minha volta dá um significado único à vida na estrada.
Juntos pisámos centenas de palcos, visitámos inúmeras regiões e localidades incríveis que, graças à música, tivemos oportunidade de conhecer.
Juntos criámos momentos como aquele que vivemos no Coliseu Ageas Porto no passado dia 22 de fevereiro em que comemorámos 10 anos de carreira, em família, longe de saber o que iria acontecer poucas semanas depois.
E agora para onde vamos?
Essa é a pergunta para a qual todos gostávamos de ter resposta imediata e é para esta resposta que precisamos de um esforço conjunto.
Muito se tem falado sobre todas as coisas que separam as várias artes, as várias funções dentro da cultura e os vários públicos.
No entanto, sabemos que há algo que une todas as artes performativas e culturais: todos os envolvidos dependem do público, todos dependem de estruturas diretas ou indiretas que querem manter e, no caso da indústria dos espetáculos, todos precisam de palcos para viver.
Desde que este isolamento começou, oficialmente, temos visto artistas das mais diversas áreas a colocar a sua arte ao serviço das pessoas, de forma totalmente gratuita, na maioria dos casos. Estas manifestações artísticas têm sido um escape, uma forma de fazer companhia a quem se encontra confinado há semanas, e mais importante do que isso, têm sido uma forma de nos aproximar, de nos fazer refletir, ou simplesmente de nos distrair perante o que acontece lá fora. É de louvar que o único propósito desses artistas seja apenas "servir" quem se encontra do outro lado do ecrã. Embora não sejam devidamente creditados e enaltecidos, os artistas têm sido uma peça fundamental nos bastidores do combate a esta pandemia. E até na manutenção da saúde mental de quem os ouve.
É para assegurar o cumprimento desta função essencial da arte / cultura que é preciso criar medidas que, eventualmente, culminem num Plano Nacional para as Artes.
Comparando com o que acontece noutros países europeus, nomeadamente no Norte da Europa, percebe-se que nesses casos, existe um claro esforço de valorização e preservação da cultura que, na minha opinião, é vista como bem essencial.
Por isso mesmo, importa reforçar sempre que os milhares de pessoas que integram as indústrias culturais e criativas não podem viver sem retorno financeiro e sem apoios.
Da mesma forma, não querem viver de "esmolas" ou apoios residuais. Procuramos, com tudo aquilo que nos une, apoios realistas, concertados, de acesso democrático e que demonstrem uma atitude séria em relação à indústria recusando a ideia de "classe bastarda" e "do queixume" que nos assombra.
Os tempos de COVID19 têm vindo a demonstrar que os portugueses são um povo resiliente, disciplinado e altruísta.
Nunca é de mais salientar a coragem dos milhares de profissionais, com quem teremos uma dívida de gratidão eterna uma vez que, diariamente, enfrentam esta nova ameaça em prol de todos nós.
Contudo, por todos os motivos que nomeio acima, é aos nossos profissionais das artes e do espectáculo que, neste texto, pretendo estender a minha gratidão.
Jimmy P



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